FILMES

Os 20 anos de O Senhor dos Anéis

A minha relação com O Senhor dos Anéis começou quando moleque. Meu primeiro contato aconteceu com o filme, em 2002, quanto ainda existam videolocadoras. Muito se falava deste filme, a Sociedade do Anel, e resolvi conferir. Juro que, a primeira vez que assisti tive a cara de pau de falar que não era “tudo isso”, com um orgulho tipicamente adolescente quando se vê algo com bastante hype na comunidade.

Acontece que pouco depois eu prestaria meu primeiro vestibular. Aproveitei que uma tia emprestaria o cartão de crédito para comprar os livros para o exame e disse que “O Senhor dos Anéis” também cairia na prova. Não cheguei a ler nenhum dos livros que realmente precisava para passar na universidade, o Senhor dos Anéis não deixou.

Então, começando a ler o livro, e revendo o filme, eu reescrevia minha história como fá de cinema e livros.

De fato, O Senhor dos Anéis foi o primeiro livro que li “de verdade” na minha vida. Eu sempre gostei de filmes, mas livros eu deixava de lado. Hoje, 20 anos depois, eu já devo ter lido esta obra umas cinco vezes, e só não o fiz mais pois dei início a uma era de leitura que jamais imaginaria.

Passei a devorar livros. Fantasia, ficção história, terror e afins sempre foram os que mais me chamaram a atenção. E posso dizer, sem dúvida nenhuma que, por causa de Tolkien, além dele, HP Lovecraft e Bernard Cornwell formam a minha trindade favorita de autores. Graças a eles hoje tenho uma modesta coleção de livros. Menos do que gostaria, mas mais do que já tenho conseguido ler.

Tudo isso começou graças ao Senhor dos Anéis. É aquele tipo de coisa que você não sabia que ia se apaixonar. Depois dessa primeira vez que assistir ao filme, e naquele caso foi a Sociedade do anel, o primeiro da trilogia de Peter Jackson, perdi a conta de quantas vezes revisitei aquele mundo.

A trilogia foi um marco do cinema de fantasia. Antes este tipo de conteúdo focava muito mais na criança e adolescente. Com o Senhor dos Anéis, os adultos se sentiram mais abraçados. A complexidade criada por Tolkien, mesmo que não adaptava por completo nos filmes (e isso seria impossível) elevou o interesse do público. Sem contar as novidades que Peter Jackson e sua equipe trouxeram consigo, principalmente no uso dos efeitos especiais, que, mesmo depois de 20 anos, são de altíssima qualidade e podem passar despercebidos por muita gente.

E toda a qualidade desta obra foi agraciada em seu último filme, quando na premiação do Oscar a maior do cinema, em 2003, arrebatou todas as estatuetas que concorria, sendo um dos maiores recordistas, feito que dificilmente será batido tão cedo.

Para mim, pessoalmente, o Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel foi um marco. Jamais esperava que este filme, e suas sequencias, bem como toda a obra de Tolkien em que foram baseados, seriam tão relevantes na minha vida. Se hoje gosto de ler, gosto de escrever, se tenho este site (inclusive com este nome), eu devo tudo a ele.