A Série Fallout
Eu pouco joguei Fallout. Somente tive contato com o Fallout 4, mas acabei abandonando por não me agradar muito o gameplay. Mas eu gosto dos jogos da Bethesda, principalmente The Elder Scrolls V: Skyrim, que é, sem dúvida, um dos meus favoritos. Recentemente também zerei o Starfield e, apesar dos problemas que enfrentei com crashes, foi um jogo divertido.
Assim, meu contato com a série de televisão do Prime Video foi meio que às escuras. Não foi por completo pois conhecida parte do enredo, além e ter pesquisado algumas cosias daquele mundo. Aliás, a construção de mundo foi o que mais me chamou a atenção, pois é algo que a Bethesda sabe fazer muito bem e acreditava que o Prime Video não desapontaria nisso.
E me dei bem. Vi a temporada toda, os oito episódios, em apenas um final de semana. Gostei bastante. A série se divide em três (ou quatro) núcleos principais que, aos poucos, vão se entrelaçando.
O primeira é da jovem Lucy, que deixa o abrigo (ou Vault, no inglês) 33 em busca de seu pai, sequestrado;
O segundo segue Maximus, um jovem resgatado de uma guerra pela Irmandade do Aço;
E o terceiro, que segue o Necrótico (ou Ghoul, no original) em busca de vingança;
O quarto seguimento da série acontece com os desdobramentos do Vault 33 (e chamarei assim pois faz mais sentido para o contexto da série), acompanhando o irmão de Lucy, Norm.
Vaults, Irmandade do Aço, Necrótico… são todos termos que fazem parte da grande mitologia desenvolvida pelos seus idealizados para construir Fallout, desde os anos de 1997, quando saiu o primeiro jogo. Para contextualizar, a história se passa em um mundo como o nosso, mas em 2077, mas com temática retrofuturista dos anos 50. Há grande avanço das tecnologias nucleares, sendo esta a principal fonte de energia para tudo. Uma tensão recorrente entre os Estados Unidos e a União Soviética (que não havia sido desfeita aqui) impulsiona o mundo para uma guerra nuclear.
Os Vaults foram construídos para abrigar as pessoas dessa iminente guerra. A série inicia-se 200 anos no futuro, ou seja, em 2277 com o pacífico Vault 33 sendo invadido e atacado por “pessoas da superfície”, aquelas que, de alguma forma, sobreviveram aos ataques nucleares; Tal grupo se passava por moradores do Vault 32. O pai de Lucy, então líder do local, é levado por este grupo e ela parte em seu resgate.
Nós, os espectadores, somos como a Lucy. Inocentes neste novo mundo, descobrindo aos poucos a violência e brutalidade que nele existem. Cidade e grupos foram formados para que as pessoas pudessem sobreviver a este caos. Um deles é a Irmandade do Aço, dotada de armaduras pesadas e poderosas vestidas pelos “cavaleiros”. Maximus faz parte deste grupo, mas como escudeiro de um destes “cavaleiros”.
Por fim, o Necrótico. Talvez o mais complexo personagem a série. Começamos conhecendo sua vida pré-guerra atômica. Ele sobreviveu por 200 anos graças às mutações decorrentes da radiação (sem não deixar sequelas, como as mais aparentes uma pele quase derretida e a ausência total de nariz). Sua busca é por sua família, ou sobre o que houve com ela.
Por fim, Norn, irmão de Lucy, tenta descobrir o que houve com as pessoas do Vault 32 e 31 (os três são interligados) e acaba descobrindo uma conspiração maior.
Enfim, é nesse ritmo que Fallout se desenvolve. A série não esconde sua violência, mas apesar disso o tom é leve, com bons momentos de comédia. Algo que os próprios jogos emanam.
Toda a ambientação, as cidades e objetos destruídos ou deteriorados pela radiação proveniente das guerras; os animais e pessoas vítimas de mutações; as armas e utensílios que remetem a uma época antiga, ao mesmo tempo que há tecnologia de ficção científica.
São oito episódios de uma hora duração de média, mas que passa bem rápido. A tensão é crescente e você fica cada vez amis curioso com o que vem pela frente. É inevitável perceber que esta primeira temporada foi uma construção para o que realmente virá, e que teremos que descobrir. Por sorte, a série já está renovada.
Os destaques são para a Lucy de Ella Purnell e o Necrótico de Walton Goggins (de quem sou fã). A série foi produzida pelo sempre competente casal Lisa Joy, Jonathan Nolan, então não era de se esperar nada mesmo que muita qualidade aqui.