O filme Duna (as duas partes)

Demorei um pouco, mas acabei vendo a segunda parte de Duna. Até comecei a ler o primeiro livro, mas não dei sequência. Eu falei do primeiro aqui. Aliás, tenho tido algumas dificuldades de leitura, pois acabo direcionando meu tempo para outras mídias atualmente, como séries e animes. Por isso, fazer qualquer comparação com a obra original de Frank Herbert é impossível.

Apesar disso, já tinha certo conhecimento prévio da obra. Acho que, por já ter “vivido” este tema de redenção com um herói salvador, um escolhido, tantas vezes, meu hype por Duna não era tão elevado. E ainda mais, depois de já ter visto o confuso filme de 1984, de David Lynch, a animação estava ainda mais baixa.

Só que, logo que a primeira parte de Villenueve, percebi que estava fazendo um julgamento errado. Primeiro porque este é um dos meus diretores favoritos atualmente; segundo que o elenco do filme é magistral e suas atuações são do mesmo nível; e terceiro que, comprovado por essa segunda parte, o protagonista não é exatamente um herói, um salvador, mas algo maior e mais aterrador que isso.

Duna, e falando aqui dos dois filmes, é uma experiência muito boa. Um filme muito bem construído. Um filme com cenários lindos, com cenas grandezas e algumas sutis que intercalam o valor da obra. Villenueve sabia que tinha algo valioso nas mãos e soube bem o que fazer com isso.

E, depois de ver a segunda parte, e compreender o desenvolvimento de Paul Atreides (Timothée Chalamet) e toda a sua complexidade, é algo muito valioso, pois é atual demais.

Paul Atreides é uma figura messiânica para o povo que vive no planeta Arrakis. E, desta forma, se opõe à forma maior, o Imperium, que governa todo o Universo desta história. Toda o segundo filme se baseia nisso, em como ele sai de um descrente até alcançar o poder máximo e a adoração e todos.

O filme ainda conta com muitos atores de qualidade que, mesmo com pouco tempo de tela, sabem muito bem o que fazer com seus personagens. Alguns, como Austin Butler e seu “Feyd-Rautha Harkonnen”, apesar de apresentar poucas facetas, ainda assim impressiona com sua ferocidade.

Não vou dar detalhes dos atores, ou abordar temas mais técnicos do filme. Não tenho capacidade para isso. Somente quero deixar claro que gostei muito dos filmes, principalmente do segundo, e que espero ansioso pelo próximo (graças aos ganchos deixados durante e no final)